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Foto do escritorEnzo Jurkas

Impacto de incêndios e queimadas na saúde de nossos pets

As queimadas e incêndios têm sido um problema cada vez mais frequente no Brasil e têm impactos devastadores tanto no meio ambiente quanto na saúde pública. Entre as vítimas das queimadas, os animais frequentemente sofrem as consequências da inalação de fumaça tóxica, o que pode levar a intoxicações graves. 



Mesmo rara, a intoxicação por inalação de fumaça pode causar danos aos pulmões e ao cérebro em animais, e pode ser grave. Isso acontece porque, muitas vezes, os animais já chegam muito debilitados no hospital. 

A fumaça contém substâncias tóxicas como monóxido de carbono, cianeto, partículas de materiais queimados, que tem um impacto negativo direto nos pulmões, além de poder causar queimaduras em diversas partes do corpo.

Os sinais mais comuns que o animal apresenta são dificuldades para respirar e problemas neurológicos, que podem aparecer algum tempo após a exposição, justamente por consequência da dificuldade da troca de ar nos pulmões comprometidos. 

Há poucos estudos sobre o tratamento de animais que inalaram fumaça, mas se não houver queimaduras graves, a evolução do quadro tende a ser boa. No entanto, se houver danos neurológicos graves, as chances de recuperação diminuem.

A gravidade dos problemas causados pela inalação de fumaça em animais depende de vários fatores:

  • Quanto tempo o animal ficou exposto ao fogo.

  • Quais materiais foram queimados.

  • A quantidade de calor produzida pelo incêndio.

  • Quanto oxigênio estava disponível durante o incêndio.

  • O estado de saúde do animal antes de ser exposto à fumaça.

Das substâncias tóxicas citadas, acredita-se que o monóxido de carbono seja a principal causa de morte em animais expostos ao fogo e à fumaça. Ele é altamente tóxico e perigoso!

Além disso, incêndios domésticos podem liberar cianeto, que vem da queima de materiais como tecidos, filmes fotográficos, papel de fotocópia, espumas de poliuretano e certos plásticos. O cianeto é perigoso porque interfere na capacidade do corpo de usar oxigênio.

Outro problema é o aumento do dióxido de carbono (CO2) no ar durante o incêndio. Embora o CO2 em si não seja irritante, ele pode fazer com que o animal respire mais rápido, o que acaba fazendo com que inale mais fumaça tóxica.

A maioria das queimaduras causadas pela inalação de fumaça ocorre na boca, nariz e garganta. Esses efeitos podem demorar de 24 a 72 horas para aparecer.

Também podem ter produtos químicos liberados pelos materiais queimados e as partículas na fumaça também são prejudiciais. Eles podem danificar a mucosa, causar lesões nos pulmões e estreitar as vias respiratórias. Substâncias como amônia, acroleína, cloreto de hidrogênio e gás cloro são comuns na fumaça e podem causar irritação quando inaladas.




Sinais clínicos

  • Respiratórios: respiração rápida, dificuldade para respirar, respiração com a boca aberta (em gatos), sons pulmonares anormais como chiados ou estalos, tosse e secreção nasal.

  • Neurológicos: sonolência, depressão, dificuldade para se equilibrar, estado de confusão, coma, agitação ou convulsões.

  • Cardiovasculares: mucosas da boca e gengivas muito vermelhas ou acinzentadas/arroxeadas, batimentos cardíacos rápidos, pulso fraco, sons do coração abafados (em gatos) e ritmo cardíaco anormal (em gatos).

  • Oftalmológicos (olhos): espasmos nas pálpebras, úlceras na córnea, elevação da terceira pálpebra, olhos vermelhos, pupilas contraídas ou dilatadas e lacrimejamento.

  • Pele: cheiro de fumaça no pelo, pelo chamuscado ou pele queimada (especialmente no rosto e nas patas), fuligem na pele e cortes ou lesões.

  • Gastrointestinais: salivação excessiva (em gatos).


Em caso de suspeita de intoxicações, busque orientações e leve seu animalzinho ao Médico Veterinário o mais rápido possível! Outra recomendação fundamental é não empregar nenhuma substância no corpo do animal, na tentativa de aliviar as dores, pois  o emprego inadequado de produtos pode agravar a lesão, com consequente infecção, desenvolvimento de alergias e reações tóxicas, entre outros. Em intoxicações, o tempo é fundamental para salvar seu pet!


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