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Foto do escritorJúlia Waldvogel

O Impacto da Jardinagem


Lírio da Paz, Maranta e Bico de Papagaio

O mercado de jardinagem é um setor impressionante, engloba um grande número de serviços diferentes, movimenta bastante dinheiro anualmente - cerca de 10 bilhões de reais - e é responsável por mais de 200 mil empregos diretos. E conforme cresce, vai criando outras oportunidades, conquistando novas pessoas e até mesmo aproximando as plantas dos animais domésticos!



Feira das Flores no CEAGESP-SP

Atualmente o setor vem se organizando principalmente em modernas e grandes cooperativas. São 8 mil produtores de flores e plantas, com grande concentração no estado de São Paulo, que cultivam aproximadamente 2.500 espécies com cerca de 17.500 variedades diferentes. Entre as flores para corte mais cultivadas estão: rosas, crisântemos, astromélias, lírios e lisianto. Já dentre as principais flores plantadas e vendidas em vasos, temos: orquídeas, kalanchoe, crisântemos e antúrio. No Brasil existem alguns viveiros altamente tecnificados que constantemente trazem novas variedades ou espécies para a venda, conseguindo reproduzir as condições ambientais próximas das ideias para as variedades ornamentais. Esse fenômeno favorece uma oferta bem distribuída durante o ano, pois fatores como a seca e luminosidade podem ser melhor controlados.


Variedade de Ficus plantada no jardim de uma casa em São Paulo nos anos 70

Não é incomum encontrarmos uma planta nova e diferente em um garden center e trazermos para casa sem saber os cuidados específicos dela ou até mesmo o seu nome. Um exemplo muito curioso e interessante é o que aconteceu com a chegada de alguns tipos de Ficus na cidade de São Paulo durante os anos 60 e 70. Eles conquistaram as pessoas quando ainda estavam pequenos e “domáveis” nos vasos e assustaram a todos com o seu crescimento rápido. Essas plantas eram compradas em mercados ou lojas de jardinagem como se fossem uma variedade pequena para decorar o jardim, mas na verdade eram mudas jovens de árvores enormes. E, conforme cresceram, muitos moradores da cidade viram como alternativa plantá-las em praças ou calçadas. Mas, infelizmente, o Ficus não é uma árvore indicada para cultivos urbanos pelos impactos em calçadas e construções devido às suas raízes vigorosas ou até em postes e fiação elétrica por causa da sua altura.



E qual é uma consequência importante disso para nós?


Acidentalmente, podemos trazer uma planta que faz mal à saúde do seu pet! Nós conhecemos e estudamos uma certa quantidade de espécies tóxicas, mas isso não é suficiente para afirmarmos que não existem outras desconhecidas. A toxicidade de uma espécie ornamental muitas vezes passa a ser estudada depois do registro de muitos relatos de intoxicação em animais, pois fatos como esses criam grandes “suspeitas” e torna-se necessário maiores pesquisas e busca por explicações.


E como ter atitudes seguras frente às novas descobertas no mercado de jardinagem?


Deixando de trazer plantas novas para casa? De jeito nenhum! As plantas e os animais podem conviver em grande harmonia. Mas siga algumas recomendações:


  • A mais importante de todas: se está em dúvida, deixe fora do alcance do pet. Coloque o vaso num espaço mais alto, ou talvez em uma parte do jardim em que seu animal não tenha contato.

  • Busque conhecer os nomes das plantas que você traz para casa, inclusive aquelas super diferentes e “raras”.

  • Em casos de contato do animal com a planta, procure atendimento veterinário e tente dar o máximo de informações que tiver sobre a espécie, tipo de exposição (ingestão, contato com a pele, etc), quantidade da planta que teve contato, etc. Pode não ser uma planta já relatada como tóxica, mas como é pouco conhecida talvez não faça bem ao organismo dos animais.


Uma forma muito prática de identificar os novos vasos comprados são os aplicativos de reconhecimento de imagem específicos para isso que comentamos neste post anterior - "Aplicativos que facilitam o reconhecimento de plantas". Se tiver qualquer dúvida, entre em contato com a equipe do Petmosfera através do email petmosfera@gmail.com ou pelo perfil no Instagram @pet.mosfera.



Escrito por Júlia Ferreira Waldvogel.

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