O funcionamento do organismo de cães e gatos é diferente do ser humano. São dois animais domesticados que têm sua origem a partir de carnívoros silvestres: há relatos de que o cão foi domesticado a partir do lobo-cinzento (Canis Lupus) e os gatos a partir do gato selvagem africano (Felis sylvestris lybica). A domesticação se iniciou com a aproximação desses animais aos humanos para consumirem os seus restos de comida, assim como os roedores atraídos pelos mesmos. Além da promoção de segurança mútua e parcerias nas caças, no caso dos cães.
Devido a essa origem, seu trato gastrointestinal é mais curto e possui um pH mais ácido que o dos humanos, passando a ter uma digestão e absorção diferentes. Principalmente para os gatos, que continuam sendo carnívoros estritos, enquanto cães podem ser considerados onívoros pois sua domesticação ocorreu há mais tempo e eles se adaptaram ao longo desses anos todos à dieta humana.
Com isso, a metabolização de compostos químicos também é diferente, variando de acordo com o organismo de cada espécie. Tanto quando pensamos no tempo quanto na forma de eliminação no corpo, pois usam vias metabólicas diferentes em certos casos. Além da sensibilidade às quantidades e concentrações de certas substâncias ser diferente.
Há também uma particularidade no componente das células sanguíneas dos cães e gatos, o que acarreta maior susceptibilidade à oxidação, então caso consumam alho ou cebola por exemplo, já se intoxicam com uma pequena quantidade, diferente do ser humano, que é bem mais resistente. Sendo que a prevalência dos casos de intoxicações por alimentos em animais acomete mais cães do que gatos devido ao apetite desses animais ser menos seletivo.
Outros exemplos de alimentos tóxicos para os animais são o chocolate, açaí, café e alguns chás, que possuem metilxantinas (como a teobromina e cafeína). Essas substâncias estão em quantidades seguras nesses alimentos para os seres humanos, porém os animais as metabolizam mais lentamente, podendo facilitar a intoxicação.
Portanto, a sensibilidade à toxicidade é individual para cada espécie, em que alimentos que não são tóxicos para os seres humanos podem ser tóxicos para os animais.
Escrito por Susan Rebecca Fachini Gouvêa.
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